Com base em nossas pesquisas e
observações, identificamos seis comportamentos como sendo as causas mais comuns
da incapacidade de confrontar a realidade:
Informações filtradas: apesar
de todo intercâmbio de informações que existe nos negócios, é surpreendente a freqüência
com que os fatos críticos, que poderiam fazer toda a diferença, escapam as
pessoas. Elas podem estar obtendo informações apenas de pessoas com o mesmo
ponto de vista.
Audição seletiva: a informação
pode ser boa, mas nada adiantará se o responsável pelas decisões fica surdo diante
de uma apresentação. Os líderes praticam a audição seletiva pelas mais variadas
razões. As mais comuns são noções preconcebidas ou experiências passadas –
olhar pelo retrovisor, a arrogância do sucesso e a recusa em confrontar um
problema porque não se vislumbra uma solução.
Vontade de acreditar: a vontade
de acreditar é a coisa de grande parte da visão e audição seletiva. A aquisição
funcionará bem porque precisamos que funcione. As vendas aumentarão porque
prometemos que iriam. Informações que afirmem o contrário não passam no crivo.
A necessidade de ver as coisas do jeito que gostaríamos que elas fossem, em
geral vem na forma de uma afirmação retórica supostamente baseada na
experiência.
Medo: o medo pode ser constrangimento diante da possibilidade de dizer a coisa errada na reunião, ou pode ser uma necessidade na cultura do medo, onde chefes punem as pessoas cujas visões destoam das suas. Em ambos os casos, o medo suprime muita do realismo no mundo dos negócios.
Excesso de investimento
sentimental: quando se comprometem profundamente, as pessoas conseguem realizar
grandes feitos. O aspecto negativo é que o investimento emocional em um projeto
pode cegá-lo quanto aos seus pontos fracos. Em geral, a mentalidade de uma
empresa não aceita uma nova realidade porque ela vai contra a todas as crenças
e cultura.
Expectativas e irreais do
mercado de capitais: é vital criar valor para os acionistas e os negócios
finalmente entenderam essa mensagem durante a década de 1990. O lado negativo:
muitos líderes empresariais ficaram presos a expectativas de desempenho
irrealistas, notavelmente a pressão por melhorias trimestrais estáveis e
previsíveis. Reagiram fazendo promessas irrealistas, que normalmente só
conseguem cumprir com malabarismo que deixam a empresa totalmente fora de
forma.
Do livro ENCARANDO A NOVA REALIDADE de Larry Bossidy Ram Charam
Do livro ENCARANDO A NOVA REALIDADE de Larry Bossidy Ram Charam