Toda empresa precisa de um
conjunto internamente coerente de metas financeiras. À medida que buscamos
definir o relacionamento correto entre cada componente do modelo de negócio,
desenvolvemos uma base para ajustar as metas à realidade. O objetivo dessas metas
não é lutar pela precisão durante, digamos, um período de três anos, mas sim
reconhecer que as mudanças observadas no ambiente externo, assim como a maior
parte das mudanças nas atividades internas, têm conseqüências que deve ser
reconhecidas na área financeira.
Sem a disciplina do modelo para
orientá-las, as pessoas geralmente não associam as realidades externas às
atividades internas. Muitas vezes, empresas estabelecem as metas financeiras
praticamente no vácuo. Em muitos casos, seus processos orçamentários são
exercícios de números, onde as pessoas nos níveis mais baixos se concentram em
proteger seus próprios interesses e não as realidades enfrentadas pela empresa.
Às vezes, as pessoas são impulsionadas pelas exigências de outros: os mercados
financeiros, o CEO, o diretor da divisão ditam quais devem ser as metas.
Às vezes essas exigências
baseiam-se em um pouco mais do que a esperança e o sonho do executivo. Um
cenário típico – observando diversas vezes – é o do CEO querendo que a empresa
se classifique entre as melhores quanto ao crescimento dos ganhos por ação
segundo o S&P 500. Essa aspiração está bem acima da média do seu setor, mas
não importa. Manda a sua equipe desenvolver uma estratégia audaz que o leve até
lá. Talvez esteja motivado por uma arrogância desenfreada ou por uma atitude
admirável (ou equivocada) do tipo “sou capaz” e pode ou não conseguir. De
qualquer maneira, a questão é que está correndo riscos desnecessários, pois não
tem uma base real para estabelecer as metas.
Extraído do Livro Encarando a Nova Realidade de Larry Bossidy Ram Charan